O AMOR
Quando fui gerada, senti no ventre de minha mãe o que chamam de amor
Quando nasci avistei embaçado esse amor e chorei de alegria.
Uma ligação tão forte, angelical
não interrompida nem pelo cordão umbilical
Presentia que ali começava uma relação de mãe e filha
De filha e mãe
E no primeiro contato,
Senti suas mãos macias e o prazer do tato
Ao sugar de seu seio o meu alimento
Quanto sentimento existia no ato de amamentar...
Aí, fui crescendo e aprendi a falar
A andar, a ouvir e a sonhar
Aos 5 conheci um menino
Cujo nome não lembro mais
Era o menino dos olhos de mar
Senti um breve arrepio
Quando me pediu para namorar
Quanto desatino...
Não era amor de verdade
Mais tarde quando completei 11 anos
E estava na "aborrecência"
Conheci um rapazinho que abalou as estruturas
Ao roubar o meu primeiro beijinho
Mas foi aos 15 que tudo mudou
Quando conheci um tal de Luther King,
Cabeludo de nome estrangeiro
Que mais que faceiro
Me pediu para namorar
E de lá para cá....
Nove anos de namoro
Três de noivado
e doze de casamento...
E tanto sentimento...
E aí veio o Bernardo
Fruto do relacionamento...
E senti tudo de novo... o amor
No ventre, o amor
Quando o avistei com os olhos embaçados, o amor...
Chorei de alegria novamente...