O Jornalismo me fascina! Como as palavras me fascinam e se multiplicam em idéias e revelam o passado, o presente e o futuro.  Esse site revela os trabalhos da jornalista e escritora Luciana Aquino. Me conheçam e me desvendam...

               OS TEMPOS

Parece que o mundo realmente pirou. Me assustei com as histórias de filhos que querem matar os pais e matam. Dia desses, li em um periódico local que um adolescente de 12 anos tentou envenenar os pais. Lembrei-me também da história do pai que esqueceu o filho no automóvel.

Acho que estamos tão preocupados em não perdemos tempo que acabamos perdendo tudo em nossas vidas. Digo "tudo", pois não vivemos mais o presente, somos passado e futuro. E como educarmos os filhos, dialogarmos ontem ou amanhã, se o agora é o fundamental, se o "agora" é o primordial"

O que falta nessa geração de pais e de filhos é o poder da palavra, da palavra bem dirigida, bem estruturada, bem colocada. É o poder do diálogo. O que falta é tempo para o sentimento, para o envolvimento entre pais e filhos.

Quem dera se pudéssemos solucionar tantos problemas, como a falta de emprego, de dinheiro, de amor, de companheirismo, que muitas vezes, num conjunto de sentimentos, acabam transformando as vidas de muitas famílias brasileiras em campos de batalha entre o criador e as criaturas.

E não adianta "Super Nany" para tentar solucionar um problema tão particular como o da educação entre pais e filhos. A superexposição de problemas aparentemente tão simples de resolver são banalizados na TV brasileira. Crianças expostas como "bichinhos indomáveis", difíceis de serem controladas...

Como se não soubéssemos que criança é só picardia. Temos de nos educar, sim, mas tendo o nosso tempo, vivendo o agora, consertando e adaptando os erros de hoje! Chega de deixar para amanhã... Tempo é importante.

Tempo é respirar fundo e tentar começar de novo, do zero, mesmo que o ônibus passe, que o cronômetro esteja disparado... O maior desafio é esse: cumprir uma missão. E missão é viver bem com o próximo, de verdade, começando pelo relacionamento familiar entre pais e filhos.

Não quero ouvir desculpas esfarrapadas de que fulano matou a mãe ou que a mãe matou seu único filho por depressão ou problemas psicológicos. Quantos loucos estão à solta no mundo, hein"

Quero que o ser humano tome consciência de que é responsável pelos seus atos e que basta um simples querer para poder alcançar qualquer coisa que se almeje nesta vida, principalmente o amor ao próximo, a compreensão do outro, a amizade sincera.

Experimente viver o agora e verá que vale a pena viver o dia de hoje como se fosse realmente o único de nossas vidas. O que passou, passou, não volta atrás e o amanhã... Ah! 0 amanhã realmente só a Deus pertence...

Artigo publicado no Jornal O TEMPO : 02 de maio de 2006